12/05/2008

CHICO SCIENCE

Tudo começou na Orla Orbe. Não é nenhum barzinho à beira-mar do Recife, mas o nome da primeira banda da qual Francisco de Assis França fez parte, nos idos de 1987. Nessa época, ele ainda não era Chico Science, mas sua inventividade já se anunciava, alimentada pela participação, três anos antes, na Legião Hip Hop, um grupo de dança de rua no qual grafiteiros, músicos e dançarinos curtiam o melhor da música negra norte-americana.A black music também era a base do Loustal, grupo posteriormente formado por Chico e seus amigos Lúcio Maia e Alexandre Dengue. O nome é homenagem ao quadrinista francês Jacques de Loustal, cujo trabalho era apreciado por Chico. O hip hop da Legião e o funk e o soul da Orla Orbe eram alguns dos elementos misturados pelo Loustal, que se utilizava também de rock e ska.No início de 91, Chico Science entrou em contato com o Lamento Negro, um bloco afro que trabalhava com educação popular no centro comunitário Daruê Malungo, periferia do Recife. O vigor da percussão chamou a atenção do cantor, que começou a trilhar rumo distinto, misturando num mesmo balaio black music e música de raiz, como maracatu e coco de roda - eis aqui o embrião do que se batizou manguebit.Nesse mesmo ano, nada mais de Orla Orbe ou Loustal, a galera atendia pelo nome de Chico Science e Lamento Negro: a Chico (voz), Lúcio (guitarra) e Dengue (baixo) juntaram-se Toca Ogam (percussão/efeitos), Canhoto (caixa), Gira (tambor), Gilmar Bola 8 (tambor) e Jorge du Peixe (tambor). Canhoto não ficou muito tempo, sendo substituído por Pupilo. O público assistiria, em junho, ao primeiro show da banda - já conhecida como Chico Science e Nação Zumbi (CSNZ) - no Espaço Oásis, em Olinda. A partir daí, várias outras apresentações aconteceram, junto com outros grupos do Recife como o mundo livre s/a. A turma reunia os tipos mais diversos, músicos, jornalistas, artistas plásticos, punks... O elo entre todos era o gosto por música, fosse qual fosse o tipo ou a origem. Os jornais locais começavam a abrir espaço e a designar a cena musical que fervilhava no Recife sob o rótulo de mangue ou manguebit.Uma coletânea começou a ser elaborada em 92, com músicas de CSNZ e mundo livre s/a, batizada de Caranguejos com Cérebro - o mesmo nome de um manifesto escrito por integrantes do manguebit. O projeto não deu certo e as bandas se organizaram para fazer uma pequena excursão pelo Brasil. Três shows em São Paulo e Belo Horizonte foram suficientes para chamar a atenção de crítica e público e para fazer a Sony Music elaborar uma proposta de contrato. No final do ano, o grupo entrava no estúdio Nas Nuvens acompanhado do produtor Liminha para gravar o primeiro disco.Da Lama ao Caos chegou ao mercado nacional em 94. O CD conseguiu arrebatar os críticos dos principais cadernos culturais do Brasil, levando também o público ao delírio, apesar de, em algumas faixas, deixar de lado a força que a Nação Zumbi demonstra no palco. Mas os shows não eram mais problema: a banda começou a excursionar e mostrar as histórias do mangue mundo afora. Participando de festivais nos Estados Unidos ou fazendo shows pela Europa, CSNZ foram deixando sua marca por onde passavam, preparando o terreno para novas idéias - e para o novo disco. Um grupo mais maduro voltou ao Nas Nuvens em 96, para gravar Afrociberdelia. Deixando o produtor de lado e assumindo o comando do disco, a Nação deixou que pitadas eletrônicas permeassem o CD, que conta com diversas participações especiais, entre elas Gilberto Gil, Fred 04 (mundo livre s/a) e Marcelo D2 (Planet Hemp). A estrada foi a casa da banda durante esse ano: novamente Estados Unidos, novamente Europa, novamente o Brasil - e todos se impressionavam com o batuque dos tambores de Chico Science e Nação Zumbi.O ano de 97 chegou para mudar radicalmente a trajetória da banda. Num acidente de carro na fronteira entre o Recife e Olinda, Chico Science morreu, às vesperas dos shows que o grupo faria no carnaval. A estupidez do fato chocou a todos e fãs desolados choravam em todo o País, questionando a injustiça: por que morrer, aos 33 anos, um cara que ainda tinha tanto para fazer, que tinha muito a dizer? A precocidade, antes de mais nada, colocou o nome de Chico no panteão dos artistas-mito.A Nação Zumbi, no entanto, se viu zonza, perdida, e levou bom tempo para achar o norte novamente. Muito se especulou sobre a continuidade da banda: uns diziam que seria impossível sem o vocalista, outros acreditavam que, se continuassem, não chegaria aos pés do que o grupo era com Chico nos microfones. Depois de um "CD tributo" - CSNZ, de 98 -, o grupo lançou no ano passado o disco Rádio S.AMB.A. Saindo da supervisão de uma grande gravadora, o disco foi autoproduzido e saiu pela Y?Brazil Music: elogios e críticas apareceram, exaltando o fôlego da Nação de seguir adiante, longe da sombra de Chico Science.

EXTRAIDO DA INTERNET
Siba

Mestre Ambrósio sempre foi o "lado B" do manguebeat. Enquanto Chico Science, Zero Quatro e outros partiam do regional para um pop universal, o MA fez o caminho inverso, dando vitalidade e juventude às raízes nordestinas. Em seu projeto solo, o vocalista/rabequista Siba radicaliza a proposta e cai dentro da mais primeva forma de samba rural. Samba este que guarda pouca semelhança com o partido alto que se ouve no Sudeste. Com apetite de arqueólogo, Siba convocou uma trinca (Biu Roque, Mané Roque e Manoel Martins) de cantores-percussionistas do interior de Pernambuco para formar o núcleo de sua fuloresta. Na pauta, não o samba tradicional, mas a música do imaginário popular da Zona da Mata - cirandas e maracatus. O parentesco com o Mestre Ambrósio é natural, pela voz peculiar de Siba e dos formatos das canções (quase todas inéditas), já explorados pela banda. Mas a rusticidade e o tom de descoberta reverente que permeiam o disco deixam o MA parecendo uma banda pop, em comparação. Trata-se aqui de sons ancestrais, desconectados de influências contemporâneas e que remetem a um outro tempo - até mesmo a um outro Brasil, mais rural e aparentemente mais simples, mas carregado de sutilezas rítmicas e poéticas.

Siba encontra-se muito à vontade neste universo à parte. Suas composições vasculham com propriedade a tradição e não se desviam nunca da proposta original; mesmo o potencial "dançante" de algumas músicas do Mestre Ambrósio foi sacrificado em prol da autenticidade e da fidelidade. É um mergulho radical, sem concessões. Das temáticas e vocabulário das letras ao estilo dos arranjos (dando ênfase aos metais "de coreto"), Fuloresta é purista até a raiz. Sempre trafegando nos parâmetros estritos da ciranda e do maracatu de baque solto, Siba consegue variações surpreendentes de uma faixa para outra. Se em algumas o disco soa frenético (Meu Rio de Samba, Trincheira da Fuloresta), noutras um tom mais lírico toma conta - caso de Maria Minha Maria, comovente melodia de domínio público entoada por Biu Roque. Mais vale deixar-se levar pela cadência toda própria do "samba" que Siba e seu grupo armam em canções como Suinã ou Barra do Dia. (Marco Antonio Barbosa)

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OTTO!

QUEM É OTTO?

Ex-percussionista da primeira formação da Nação Zumbi e do mundo livre s/a (com quem gravou os dois primeiros discos), o também cantor e compositor Otto saiu dos fundos dos palcos para trazer o ousado "Samba pra Burro" à tona. Descendente de holandeses e índios, ele nasceu em Belo Jardim, a 180 quilômetros da capital pernambucana, onde cresceu ouvindo cirandas nas festas populares na cidade. Saiu de Pernambuco em 1989 para passar dois anos na França, tocando percussão nas ruas e metrôs de Paris. Na volta, aportou no Rio de Janeiro e chegou a animar o som de uma gafieira ao lado de Jovelina Pérola Negra. Do Rio, rumou para o Recife, quando conheceu duas pontas de lança do movimento mangue beat, Chico Science e Fred 04. Nessas idas e vindas, absorvendo as correntes, nascia seu estilo. Sempre embalado pelo som de influências locais (não só de Recife como de todo o Brasil), começou a interessar-se pela música eletrônica. Resgatando ritmos brasileiros e fundindo-os ao som eletrônico, raiz e modernidade somaram-se em "Samba pra Burro", numa dobradinha que acentuou-se quando mudou-se de Recife para São Paulo. Foi saudado pela imprensa como autor de um trabalho inventivo e estimulante, numa colagem de maracatu com drum’n‘bass, forró com rap. Algumas melodias remetem às cantigas de roda. O disco foi escolhido pela Associação Paulista de Críticos de Arte como o melhor de 1998. Bebel Gilberto, Fred 04 (do Mundo Livre) e Erasto Vasconcelos (irmão de Naná) participaram da estréia solo de Otto. O som deste louro de olhos azuis nascido no sertão pernambucano já embalou uma festa dos integrantes do Oasis, em Londres. Poucos meses depois de cair no circuito, as músicas de "Samba Pra Burro" também foram parar no som de lojas americanas como as dos estilistas Gianni Versace e Prada. Em 1999, tocou ao lado de Tom Zé no Heineken Concerts, em São Paulo. Dois anos depois, Otto lança seu esperadíssimo segundo álbum, entitulado Condom Black, que nos apresenta um som "mais orgânico" sem deixar a eletrônica de lado. O novo trabalho também leva a assinatura de Apollo 09 na produção.

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CORDEL DO FOGO ANCANTADO

Em 1997 um grupo teatral voltou a atenção para a cidade de Arcoverde. Nascia o espetáculo Cordel do Fogo Encantado. Na formação, Lira Paes, Clayton Barros e Emerson Calado. Por dois anos, o espetáculo, sucesso de público, percorreu o interior do estado.

Em Recife, o grupo ganhou mais duas adesões que iria modificar sua trajetória: os percussionistas Nego Henrique e Rafa Almeida. No carnaval de 99 Cordel do Fogo Encantado se apresenta no Festival Rec-Beat e o que era apenas uma peça teatral, ganha contornos de um espetáculo musical. Ao lirismo das composições somou-se a força rítmica e melódica dos tambores de culto-africano e a música passou a ficar em primeiro plano.
A estréia no carnaval pernambucano mais uma vez chamou a atenção de público e crítica e o que era, até então, sucesso regional, ultrapassou as fronteiras, ganhando visibilidade em outros estados e o status de revelação da música brasileira.

Na formação, o carisma e a poesia de Lira Paes, a força do violão regional de Clayton Barros, a referência rock de Emerson Calado e o peso da levada dos tambores de Rafa Almeida e Nego Henrique. Cordel do Fogo Encantado passa a percorrer o país, conquistando a todos com suas apresentações únicas e antológicas.



As apresentações da banda surpreenderam a todos não somente pela força da mistura sonora ousada de instrumentos percussivos com a harmonia do violão raiz. À magia do grupo que narra a trajetória do fogo encantado, soma-se a presença cênica de seus integrante e os requintes de um projeto de iluminação e cenário.

Em 2001, com produção do mestre da percussão Nana Vasconcellos, Cordel do Fogo Encantado se fecha em estúdio para gravar o primeiro disco, que leva o nome da banda. A evolução artística amplia ainda mais o alcance do som do grupo que, mesmo atuando independente, ganha mais público e atenção da mídia, por onde passa.

Com turnê que passou pelos mais remotos cantos do país, um ano depois, em 2002, o grupo volta para o estúdio para gravar o segundo trabalho: O Palhaço do Circo Sem Futuro, produzido por eles mesmo, de forma independente. Lançado no primeiro semestre de 2003, o trabalho foi considerado pela crítica especializada um dos mais inventivos trabalhos musicais produzidos nos últimos anos.

E Cordel do Fogo Encantado ganha projeção internacional, com apresentações na Bélgica, Alemanha e França. Entre os prêmios conquistados pela banda estão o de banda revelação pela APCA (2001) e os de melhor grupo pelo BR-Rival (2002), Caras (2002), TIM (2003), Qualidade Brasil (2003) e o bi-campeonato do Prêmio Hangar (2002 e 2003).

No cinema, a banda participou da trilha sonora e do filme de Cacá Diegues, “Deus É Brasileiro”. Nas brechas das turnês, Lira Paes marcou presença também na trilha sonora de “Lisbela e o Prisioneiro”, de Guel Arraes, na qual interpreta a música “O Amor é Filme”.

Em outubro de 2005 Cordel do Fogo Encantado lançou o DVD “MTV Apresenta”, o primeiro registro audiovisual da banda. “Transfiguração”, terceiro disco lançado em setembro de 2006, vem borrar ainda mais a linha de fronteira entre as artes cênicas e a música. Pela primeira vez o grupo faz primeiro o registro sonoro para então se dedicar à criação do espetáculo. Com produção de Carlos Eduardo Miranda e Gustavo Lenza e mixagem de Scotty Hard, Cordel do Fogo Encantado se firma como um dos grupos mais representativos da cena independente nacional.

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RIO MARACATU

O Rio Maracatu é um grupo fundado em 1997 no Rio de Janeiro, nascido da união de músicos pernambucanos e cariocas para resgatar e valorizar uma parte importante da nossa rica cultura musical. A partir do Maracatu de Baque Virado, tradição da cidade do Recife, o grupo desenvolve um trabalho de pesquisa e execução de ritmos, cantos e danças tradicionais brasileiras, como a Ciranda, o Côco, o Samba, além do Maracatu.
O Rio Maracatu é um eixo ativo do amplo movimento atual no Rio de Janeiro de retomada e renovação da música tradicional brasileira, tendo como parceiros naturais de trabalho grupos como Jongo da Serrinha, Cordão do Boitatá, Céu na Terra, Afroreggae, Forróçacana, Monobloco, entre outros. Hoje graças a este movimento o Rio de janeiro tem eventos dedicados à música tradicional que atraem visitantes do mundo inteiro e geram desenvolvimento e renda para a cidade.

Breve Histórico Desde 1998 o grupo realiza desfiles, cortejos e shows de reconhecida qualidade musical, já tendo se apresentado em companhia de grandes artistas como Djavan, Lenine, Manu Chao, Lia de Itamaracá, Alceu Valença, Mestre Ambrósio, entre outros. Além de apresentações em eventos o grupo também realiza os já tradicionais desfiles do Bloco Rio Maracatu em Santa Teresa e na orla de Ipanema, que atraem cariocas e turistas em uma grande confraternização musical. O Grupo também já fez apresentações nas lonas culturais para comunidades de baixa renda e participou de vários eventos sociais em comunidades da Zona Oeste e Baixada Fluminense. Hoje o Rio Maracatu é um grupo bem conhecido dos cariocas, respeitado em todo o Brasil e que tem um intenso intercâmbio com os mais importantes mestres de Maracatu do Recife. Nascido no Rio de Janeiro, o grupo não aspira a tentar igualar-se às grandes nações de Maracatu do Recife, mas ativar e estimular intercâmbios entre essas duas culturas, a pernambucana e a carioca.

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