16/05/2008

FORMIDAVEL FAMILIA MUSICAL


Um sonho bom que veioVocê juntinho a mimNum beijo verdadeiroPude sonhar, acreditar que nada mais vai ter um fimSempre sonhei com alguém pra mimOlha ao redor não faz assimDesde que te vi, pensei:- é tudo que eu quisEu e você no jardimEla sorriu pra mimUm beijo e um abraço eu roubeiNo que sonhei, acrediteiEu e você pra sempre assim
RAIMUNDO SODRÉ








O cantor e compositor Raimundo Sodré é um dos mais injustiçados artistas do Nordeste. Teve sua carreira de certa forma abortada. Depois de conseguir um estouro nacional, em 1980, com a música A Massa e LP homônimo, não emplacou mais nenhuma. Assim, diluiu sua projeção dentro da Música Popular Brasileira (MPB). Apesar de ter lançado mais dois trabalhos de consistência nos dois anos seguintes, o impacto nunca foi o mesmo. Com sua música recheada de nordestinidade, principalmente a derivada da música do Recôncavo, como chulas e sambas de roda, Raimundo Sodré fez uma música de cunho popular, porém, recheada de uma lírica de primeira qualidade.\o/O poeta do Recôncavo nasceu em 20 de julho de 1948, na cidade de Ipirá, zona limítrofe entre o Sertão e o Recôncavo baiano. Criado entre esta cidade e Santo Amaro da Purificação, o autor e compositor Raimundo Sodré desde cedo já bebia na fonte do imenso caldeirão cultural da região onde cresceu. Antes de despontar para o Brasil com o hit A Massa, terceiro lugar no Festival MPB, seu caminho não foi fácil. Largou a Faculdade de Medicina em 1972 e foi morar em São Paulo, vivendo de aulas de violão e shows em barzinhos. Pelejou como vendedor de gravador e trabalhou em financeira. A carreira só começou a engrenar quando passou a fazer algumas apresentações em casas noturnas de São Paulo, como na extinta Partido Alto.\o/Honrando sua forma de compor como violeiro na composição e no canto, Raimundo Sodré é um seguidor de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, "chegando junto dos mestres de chula" da Bahia, mas tem uma especial atenção com a base rítmica da sua música. Sua formação musical inclui um contato íntimo com a percussão, uma vez que a mãe e a tia participavam dos ritos de Candomblé e, desde os sete anos, ele aprendeu a tocar os três tipos de atabaques: o lê, pi e rum, do mais agudo ao mais grave, respectivamente, dentro da cadência para a evocação dos orixás

FONTE INTERNET
DJ Dolores & Orchestra Santa Massa




O novo disco de DJ Dolores chama-se 1 Real. É o de embalagem mais luxuosa entre os seis que ele já lançou (contando com trilhas sonoras para cinema e teatro). Paradoxalmente suas ilustrações, e inspirações para algumas letras são calcadas nos sinais explícitos da impagável e peculiar miséria que assola o Recife: "O Recife é o centro das atenções neste disco, onde procurei relacionar o ambiente com a música", confirma DJ Dolores.

Os signos da vida abaixo do nível de pobreza estão espalhados pela capa e encarte. Como por exemplo, os pequenos cartões com os quais mendigos pedem auxílio nas ruas e coletivos: "Faça hoje uma boa ação – Ajude-me comprando este por 0,50 aceito vale, passe e tickes (sic)". O título do CD vem de um "cardápio", de uma destas carrocinhas que vendem fast-food de origem duvidosa: "Pastel coxinha c/guaraná R$ 1".

Mas não se pense que o disco também é alicerçado nos ritmos regionais, ou apenas nestes. 1 Real é um trabalho de difícil catalogação, até porque DJ Dolores envereda também pela composição das canções, inclusive escrevendo letras. A faixa que abre o disco é um reggae, é assim explicado por ele, no encarte (em inglês): "Músicos não sabem como classificar sua própria música, e deixa esta tarefa dúbia para gerentes de marketing e jornalistas. Músicos querem fazer música e não se preocupam em qual prateleira o disco será colocado. De forma que deixemos os cães latirem enquanto a caravana dança".

Músicos talvez não se preocupem em rotular o que produzem, mas jornalistas têm que traduzir a música para o leitor. No caso de 1 Real nunca o rótulo world music se encaixa tão bem num disco. E por world music entenda-se música sem fronteiras: "A diferença para meus outros discos é que este está mais internacional", ratifica ele. E também o som mais aproximado do pop, como acontece em Shakespeare (de Caldão Volpato, feita para Senza vapore, disco de cabeceira dos mangueboys de primeira hora). Marion Del'Eite, cantora francesa que vive no Rio, a interpreta em levada de chanson, lenta e suave. Esta é para tocar no rádio.

Porém Shakespeare é antecedida por Wakaru, um caboclinho turbinado. "Há muitos elementos desconexos nesta canção: pífanos de caboclinho, linha de baixo de trance, uma rabeca melodiosa e um cara falando num japonês estropiado. Sacou a coisa? Nem eu, mas gostaria", diz Dolores.

O elemento surpresa se faz presente ao longo de todo o disco. Quem esperaria um surfe rock, meio indie, num disco de DJ Dolores? Flying horse é isto, ou melhor, como ele próprio explica: "Há uma faixa surpreendente de Saul Williams (rapper, ator e escritor americano) na qual ele se vale de surf music como fundo para um poema dele. Queria fazer algo semelhante, mas em certo momento perdi controle e a canção acabou soando como seria com uma velha banda de garagem brasileira se eles já tivessem computadores nos anos 70. Música tem vida própria, é só segui-la".

Depois de um rock, uma faixa intitulada Saudade, inspirada num forró dos anos 70, A velha debaixo da cama (Jonas Andrade), que também acabou saindo do controle, "Quando comecei esta faixa tinha aquela música na cabeça, mas não sei exatamente o que aconteceu. Talvez tenha sido o frio de Campos do Jordão (onde eu estava quando compus a música), mas acabou como uma coisa melancólica, sentimental".

Uma das melhores faixas do álbum é Tocando o terror, um carimbó cadenciado, com umas levadas latinas no meio, e uma guitarra matadora de Gabriel Melo (co-autor da canção). "Fui para o estúdio com a base pronta, porém sem ter idéia de como desenvolver a coisa. Então Gabriel veio com um tremendo solo e aconteceu", conta Dolores a criação da canção, que é cantada por Tiné (da Academia da Berlinda), um dos vários convidados do disco. As vozes quase todas são de Isaar (que está cada vez melhor cantora, com seu timbre único). Mônica Feijó, Cláudia Beija, Silvério Pessoa e Hugh Cornwell, da banda inglesa protopunk The Stranglers, são as outras vozes no disco.

Nos instrumentos, uma seleção de craques, entre os quais o sempre instigado guitarrista Fernando Catatau, o baixista Júnior Areia e Bactéria (Mundo Livre S/A), Dengue. DJ Dolores derrama-se em elogios a Yuri Queiroga, espécie de faz-tudo do disco, presente em quase todas as faixas, tocando de guitarra a ocarina.

No luxuoso encarte, Dolores em lugar das letras das canções, preferiu incluir pequenos textos, uns comentando as faixas, outros filosófico, como o de Cala cala (uma das poucas faixas que lembram ao primeira fase, com a Santa Massa, com a rabeca de Maciel Salu à frente): "Fico constantemente impressionado pelo tipo de convicção que é marca registrada do idealista extremado. Universo que o cerca é hostil ao seu ponto de vista – então eles atacam veementemente nosso mundo o qual – sob sua ótica – parece imperfeito e necessitando de ser transformado".

Lançado pelo selo belga Crammed (o mesmo de Cibelle, Bossacucanova, Konono nº1, John Lurie), 1 Real sairá primeiro na Europa, em fevereiro, quando DJ Dolores e a Aparelhagem embarcam numa turnê por sete países, começando em Portugal e terminando na França. "Não sei exatamente quando o disco será lançado aqui, mas pretendo fazer isto o mais breve possível, para viajar com o show também pelo Brasil. Estou negociando, pode ser que saia encartado em alguma revista. Vou fazer também uma edição mais simples, para vender nos shows", diz

FONTE EXTRAIDA DA INTERNET